Micronutrientes na gravidez
Setembro #mêsdagrávida
Estamos em setembro, o 9ºmês do ano em que se comemora a Natalidade e a Gravidez.
Durante todo o mês estamos a criar novos conteúdos que alertam para a necessidade de cuidar do corpo, antes, durante e depois de engravidar, já que estes cuidados determinam como se desenvolve e que potencial de saúde terá o bebé!
Estar grávida é uma bênção, mas uma enorme responsabilidade.
Durante a passada semana abordamos a importância dos MACROnutrientes na gravidez. Hoje falaremos sobre os MICRO! Os que são necessários em pequenas doses, mas sem eles não há equilíbrio. Vamos conhecê-los!
O que são?
Micronutrientes
São elementos químicos inorgânicos essenciais ao funcionamento do corpo humano, embora em pequenas quantidades, de miligramas a microgramas. Têm funções diversas de natureza reguladora do metabolismo. A sua carência pode provocar doenças ou disfunções e, o excesso, intoxicações. Devem ser obtidos a partir da alimentação ou suplementados segundo aconselhamento de um profissional de saúde.
Quais são?
Vitaminas
- Vitamina A
- Vitaminas do complexo B (de B1 a B12)
- Vitamina C
- Vitamina D
- Vitamina E
- Vitamina K
Minerais e Oligoelementos
- Cálcio, magnésio, fósforo
- Zinco, ferro, selénio, cobre
- Potássio, sódio, cloro
- Manganês, iodo, silício
- Cobalto, flúor, crómio
Como seria de esperar, para responder à elevada demanda metabólica de todas as estruturas “novas” da gravidez, as necessidades de quase todos os micronutrientes estão aumentadas e vão-se alterando ao longo dos trimestres. Observe a figura seguinte da DGS:
Assim, logo desde a preconceção a mulher deveria preparar o seu corpo, consultando um nutricionista, que em conjunto com o médico, decidiria a melhor alimentação e suplementação, de acordo com análises clínicas e história de saúde. Ao longo de toda a gestação deve-se manter a suplementação e vigilância dos principais micronutrientes cujas necessidades estão aumentadas. Vamos conhecê-los:
O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, é precursor de vários cofatores enzimáticos necessários para a divisão celular e formação do feto, podendo a sua deficiência levar a defeitos do tubo neural (estrutura que origina os hemisférios cerebrais, tronco cerebral, cerebelo e medula) que, caso não se feche corretamente, pode levar a deficiências nestas estruturas.
O tubo neural fecha-se entre o 17º-30º dia após a conceção, daí a importância da suplementação antes da gravidez. A sua suplementação no período da preconceção também parece reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes gestacional na grávida.
Fontes alimentares: hortícolas (agrião, beterraba, couve-de-bruxelas), cereais integrais, leguminosas (lentilhas, ervilhas, feijão).
As recomendações nas gestantes aumentam em cerca de 10 mg por dia, comparativamente com não-grávidas.
Esta vitamina parece estar associada a uma boa saúde oral, tanto da mãe como do bebé, bem como parece ter uma relação positiva na prevenção de complicações na gravidez como na pré-eclâmpsia e no descolamento da placenta.
Fontes alimentares: pimento, kiwi, agrião, papaia, couves-de-bruxelas, citrinos (laranja, limão).
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O Top25: Vitamina C
O ferro tem como principais funções na gravidez:
- a produção de hemoglobina e mioglobina,
- o transporte de oxigénio ao feto,
- o desenvolvimento neuronal e enzimático.
Níveis insuficientes de ferro podem conduzir a prematuridade, mortalidade perinatal, perturbações no desenvolvimento neuronal.
O ferro encontra-se presente em alimentos de origem animal e vegetal:
- De origem animal temos como principais fontes a carne, pescado, ovos.
- De origem vegetal, está presente em leguminosas, cereais integrais, hortícolas de cor verde escura, sementes, frutos gordos, tofu, tempeh, ovos e alimentos fortificados como flocos de cereais.
O ferro-heme, presente nos alimentos de origem animal, é o tipo de ferro mais biodisponível, ou seja, apresenta uma melhor eficácia de absorção (15-35%), enquanto que no ferro não-heme, a absorção varia entre 2-20% de acordo com a presença de outros nutrientes, podendo ser inibida ou potenciada por estes. Alimentos ricos em ferro deverão ser consumidos em simultâneo com alimentos ricos em vitamina C, por potenciar a sua absorção.
Fontes alimentares: carne, pescado, ovos, leguminosas, cereais integrais, hortícolas de cor verde escura, sementes, frutos gordos, tofu, tempeh, ovos e alimentos fortificados como flocos de cereais.
Níveis plasmáticos insuficientes de iodo, aumentam a probabilidade de hipotiroidismo pós-parto, mortalidade perinatal, malformações congénitas e deficiente desenvolvimento neuro-cognitivo fetal.
Por outro lado, excesso de iodo pode ter também consequências nefastas!
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Tiroide & Nutrição
Fontes alimentares: bacalhau, sardinha, carapau, ovo, mariscos, passas, pevides e alimentos suplementados.
Durante a gravidez, as necessidades em zinco estão aumentadas em mais 1,6mg por dia, relativamente às mulheres não-grávidas, por participar no desenvolvimento cognitivo do bebé.
A deficiência em zinco na gravidez pode levar a pré-eclâmpsia, parto prematuro, aborto e restrição do crescimento intrauterino.
Fontes alimentares: carne, queijo, frutos oleaginosos (pinhão, sementes de abóbora, cajus), cereais integrais.
Geralmente, a ingestão de cobre é insuficiente nas mulheres e as necessidades estão aumentadas em cerca de 0,2 mg por dia nas grávidas.
Na gestação, o cobre participa na função neuro-cognitivo e neuro-comportamental interagindo com o ferro.
Fontes alimentares: cajus, sementes de girassol, castanha-do-Pará, sementes de sésamo, sementes de chia.
Para além destes, outros micronutrientes devem ser vigiados na gestação, como é o caso da vitamina D, magnésio, cálcio e vitamina B12.
Como já referimos: uma alimentação diversificada e equilibrada fornece todos estes nutrientes, contudo, nem sempre em quantidade suficiente, tornando necessária a suplementação de alguns por forma a suprir as necessidades da gestação, sempre juntamente com o nutricionista e médico assistente.
Em conclusão...
A grávida deve comer para dois, e não O acompanhamento nutricional nesta fase é decisivo! Nutrientes “a mais” ou “a menos” irão influenciar o desenvolvimento celular e, em último caso, da criança. Se está a planear a gravidez ou já está grávida não hesite em consultar um nutricionista! Muito mais do que regular o ganho de peso, juntos irão determinar o futuro do seu bebé! por dois, sendo que uma alimentação em excessiva ou deficitária tem consequências imediatas e futuras, para ambos!