Ácido fólico & Cérebro
Hoje falamos sobre um nutriente “amigo do Cérebro”:
Ácido Fólico
Uma Vitamina do complexo B
O ácido fólico pode ainda ser designado por folato ou vitamina B9. Juntamente com a vitamina B12, o folato é necessário para a formação de glóbulos vermelhos normais, para a síntese do material genético das células, bem como na regulação da expressão génica.
O ácido fólico é uma vitamina essencial, mas muitas vezes negligenciada. Vamos saber porquê:
Apesar de ser necessário em todas as fases do ciclo de vida, este assume particular importância na gestação, já que o seu défice tem consequências graves na formação e desenvolvimento do embrião, nomeadamente no desenvolvimento do sistema nervoso e tubo neural. É também por isso que as grávidas têm necessidades diárias aumentadas deste nutriente, sendo recomendada pela DGS a sua suplementação desde os 2 meses preconceção ao final do primeiro trimestre de gravidez.
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Gravidez: Mês 1
Ainda na gestação, uma meta-análise 2021 concluiu que mulheres que fazem suplementação adequada e com níveis mais elevados de ácido fólico plasmático durante o primeiro trimestre têm 43% menor probabilidade de terem filhos autistas, especialmente em gestantes com alterações na enzima MTHFR (fonte).
Além disso, o ácido fólico também parece exercer um papel importante nos sintomas de TEA – transtornos do espectro do autismo – especialmente ao nível da comunicação (fonte): valores elevados de homocisteína (molécula inflamatória) têm sido observados em autistas, sendo o ácido fólico responsável por converter esta molécula em metionina. O mesmo tem sido observado no “mal d’Alzheimer” destacando o papel da inflamação nestas patologias.
A suplementação em ácido fólico em conjunto com outras vitaminas do complexo B também parece promissora na prevenção do declínio cognitivo e em funções como a memória, especialmente na prevenção de demências (fonte). No entanto, a auto-suplementação não é recomendada, devendo sempre ser vigiada com análises clínicas por um médico ou nutricionista.
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As principais fontes alimentares de ácido fólico são...
- Hortícolas de folha verde (espinafres, brócolos, couve-lombarda)
- Leguminosas (feijão, grão-de-bico, favas)
- Fruta (laranja, morangos, framboesas)
- Gema de Ovo
- Outros: beterraba, abóbora, cenoura, flocos de aveia, couve-flor, nozes, amendoins, espargos, aipo
Carência continuada de ácido fólico resulta em...
- Anemia e fadiga;
- Supressão do sistema imunitário;
- Atrasos no desenvolvimento infantil;
- Alterações neurológicas e cognitivas.
Apesar de ser uma vitamina fácil de encontrar na natureza, é comum detetar-se níveis de carência em análises clínicas, especialmente em:
- Mulheres que tomam contracetivos cronicamente, recomendando-se a suplementação vigiada por profissional de saúde.
- Consumo insuficiente (má alimentação ou desnutrição);
- Consumo abusivo de bebidas alcoólicas;
- Aumento da necessidade de folatos (gestação ou crescimento);
- Doenças intestinais como doença celíaca ou má absorção intestinal;
- Idade avançada;
- Polimorfismos genéticos (alterações genéticas que afetam o normal metabolismo do folato).
Ao invés, o excesso de consumo através de suplementação também acarreta diversos risco, nomeadamente:
- Desenvolvimento embrionário aberrante na gestação;
- Aumento do risco de asma, infeções respiratórias, obesidade e resistência à insulina em crianças;
- "Camuflagem" de carência de vitamina B12;
- Redução da absorção de zinco.
Pelo que, voltamos a alertar ...
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