Demência: O papel da Nutrição

Voltamos para abordar uma das morbilidades mais comuns dos nossos dias:

A demência

Alerta Portugueses!

Por todo o mundo estima-se que 50 milhões de pessoas vivam com demência e que este número suba para 152 milhões em 2050! Em Portugal, a prevalência de demência é 1.71% da população, enquanto que a média europeia é 1.55%!

Caracterizada por perdas cognitivas (de aprendizagem, memória, compreensão), de comunicação e até alterações do comportamento social, esta doença, de diagnóstico complexo, apresenta atualmente, além da genética e idade, 12 fatores de risco modificáveis bem conhecidos:

Anos antes da doença se manifestar, já é possível verificar-se alterações no cérebro, sugerindo uma janela de oportunidade para o atraso na progressão da doença, se forem adotados novos hábitos de vida. Ainda assim, apostar na educação e prevenção parece ser a chave para atrasar a progressão das demências no mundo.

Poderá a Nutrição prevenir a demência e a deterioração cognitiva?

Um estudo realizado em 2015 que incluiu 923 pessoas, dividiu os participantes em 3 grupos de acordo com a dieta que seguiam:

  • DASH (intervenção nutricional para o controlo da hipertensão arterial)
  • Dieta mediterrânica
  • MIND (intervenção nutricional que combina os princípios das dietas DASH e mediterrânica).

Concluiu-se que a dieta MIND reduzia em 53% a probabilidade de ter Alzheimer, e mesmo seguindo a dieta de forma não tão rigorosa, conseguia reduzir-se em 35%, sendo que as pessoas que seguiam esta dieta eram 7.5 anos mais novos (relativamente ao declínio cognitivo) do que os outros.

Para além de reduzir a probabilidade de ter Alzheimer, este padrão alimentar também parece reduzir a probabilidade de desenvolver Parkinson.

Vamos conhecer os princípios do padrão alimentar MIND:

Alimentos a incluir :

Alimentos a evitar :

Antioxidantes & Demência

O stress oxidativo, já aqui falado, parece estar na origem da demência, pelo que devemos privilegiar, diariamente, alimentos ricos em antioxidantes tais como:

  • Vitamina C: frutas cítricas (como a laranja, limão, tangerina), kiwis, morangos, vegetais de folha verde (espinafres, couve, agrião); 
  • Vitamina E: azeite, sementes de girassol, frutos oleaginosos (avelãs, amêndoas, amendoins)
  • Selénio: carne, pescado, ovos e nozes.

Outros fatores etiológicos de demência são doenças crónicas, como a hipertensão e a diabetes mellitus 2, sendo que controlar estas duas condições é imperativo.

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Destacamos ainda que, em conjunto com a alimentação, a atividade física também deverá ser uma prática diária, uma vez que reduz a probabilidade de perda de memória, devido ao aumento do fluxo de sangue no cérebro, que transporta oxigénio e nutrição às células cerebrais!

Está nas mãos, ou na boca, de cada um de nós prevenir a demência e as demais doenças neurodegenerativas!

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