12 medidas para um Natal mais saudável

O Natal é por excelência a celebração da família e do convívio com aqueles que nos são mais queridos. Haverá então melhor pretexto para a partilha de uma refeição especial?

Ao longo do tempo foram-se criando tradições alimentares específicas da quadra natalícia. Os ingredientes e receitas variam consoante a região, mas sempre em torno de um denominador comum: proporcionar o melhor aos nossos entes queridos. 

Assim, surgiram pratos típicos como o bacalhau, o peru, o cabrito e, sobretudo, a doçaria, pelos quais o Natal é reconhecido. O mais popular de entre todos os alimentos de Natal é sem dúvida o Bolo Rei.

A História do Bolo Rei

Este bolo, tal como o conhecemos hoje, é resultado do acumular de várias tradições. Comecemos pela fava, usada no tempo dos Romanos para votações “à sorte”, sendo o escolhido aquele a quem calhava a fava. A expressão «Rei da Fava» designava precisamente os escolhidos por este processo. Mais tarde, por influência da Igreja da Idade Média, foi criado o Dia de Reis e a relação “fava – rei” parece ter estado na origem de um bolo em forma de coroa, cuja receita se desconhece, mas que incluía uma fava. A celebração do Dia de Reis pela corte francesa de Luís XIV, trouxe desenvolvimentos à receita e deu origem ao actual Bolo-Rei. Com a Revolução Francesa e o fim da monarquia o bolo chegou a ser proibido, tendo os confeiteiros de lhe mudar o nome para satisfazer o apetite dos franceses por esta massa de pão adocicada, decorada com frutos secos e frutas cristalizadas. A Portugal o bolo só chegou nas últimas décadas do século XIX, porém o seu consumo rapidamente se popularizou. De tal forma que em inícios do século XX já se vendia durante todo o ano. Com a crescente procura, cada confeitaria foi introduzindo o seu toque pessoal à receita mantendo sempre a fava como sinal de prosperidade para aquele que a encontrasse na sua fatia. Foi aliás essa crença de prosperidade que originou a tradição de que o «contemplado» oferecesse o bolo no ano seguinte. Ironicamente, com o passar do tempo a crença viu o seu significado invertido e hoje a fava é considerada sinal de azar! Talvez por isso se tenha depois acrescentado o brinde e entretanto foram ambos proibidos por razões de segurança alimentar. Em termos nutricionais o Bolo-Rei é previsivelmente calórico: a sua massa leva açúcar e alguma gordura e é enriquecido com diversos frutos secos (ricos em gordura), frutas cristalizadas (ricas em açúcar) e em alguns casos bebidas espirituosas. Dependendo da receita, o valor calórico por 100 gramas deste bolo ronda as 350 calorias, sendo a maioria proveniente dos açúcares e gorduras.

Conselhos antes, durante e depois da Consoada

As sobras são a principal causa do aumento do peso na semana no Natal.

Se tiver dois dias (24 e 25/12) com excedente calórico é fácil, nos dias seguintes, o seu corpo dissipar essa energia, se voltar à sua alimentação saudável, beber água e fizer exercício!

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Recolha e guarde devidamente os alimentos, a fim de não ter a tentação de petiscar sempre que passa pela mesa. Se um bombom tem em média 100kcal e se precisa de fazer um défice calórico para compensar os dias de Natal, então só com 3-4 bombons pode anular os seus esforços!

Não precisa de se privar de tudo o que seja mais calórico, mas também não deve entrar na filosofia  «perdido por cem, perdido por mil…». Identifique os alimentos de que mais gosta e distribua o seu consumo por vários dias ou refeições. Evite fazer refeições com vários alimentos calóricos e alterne estes alimentos com outros mais equilibrados. Por exemplo, nas principais refeições prefira o peru (assado, sem gordura) e o bacalhau (cozido e com pouco azeite a temperar), acompanhados com um pouco de batata e bastantes legumes, reservando uma fatia de Bolo Rei com uma chávena de chá para o lanche.

Distribua os alimentos pelos seus convidados, oferecendo-os gentilmente num recipiente preparado por si (eles não vão com certeza recusar).

Após o almoço de dia 25 dê um passeio com a família e amigos, vai divertir-se gastando alguma energia ingerida ultimamente e facilitar a digestão! Brincar com as crianças, dançar, fazer jogos, lavar a loiça são boas maneiras de se manter ativo, convivendo!

Para a confeção de bolos e sobremesas:

  • reduza o açúcar, substituindo-o por fruta desidratada como tâmaras.
  • Reduza os ovos completas e use claras,
  • Use farinhas mais saudáveis como farinha integral, de aveia, coco ou amêndoa.
  • Prefira ingredientes com redução da gordura como leite magro, cacau magro e natas light e, ainda, leite evaporado em vez de leite condensado.

Evite fazer fritos, alguns destes podem ser confecionados no forno sem gordura ficando igualmente saborosos e mais saudáveis; no entanto, se optar pela fritura use azeite bem quente e no final envolva-os com papel absorvente.

Ao escolher os aperitivos opte por frutos secos com casca, como nozes, amêndoas e avelãs, são mais saudáveis pois contêm gorduras “amigas” do coração e não estão prontos a ingerir.

Em relação às bebidas prefira a água e tisanas sem açúcar; se beber vinho, o tinto é a melhor opção.

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Nas refeições de almoço e jantar prove um pouco de cada prato a seu gosto, mas não repita; sirva-se primeiro de saladas, legumes e frutas, são escolhas mais saudáveis e saciantes.

Para as sobremesas utilize uma colher pequena de chá: uma taça de mousse de chocolate demorará uma eternidade a ser degostada.

Acompanhe os doces com um chá quente que nos transmite uma sensação de conforto e saciedade.

 Estas são apenas algumas anotações que deve ter em conta, mas lembre-se: 

O Natal é um dia e não uma semana. 

Faça deste uma celebração feliz e saudável, conviva, desfrute e mantenha-se em forma para que no último dia do ano vista aquele fato ou vestido maravilhoso e entre com o pé direito no novo ano. 

Cuide da sua saúde, goste de si. Feliz Natal!