Emagrecer sozinho ou acompanhado?

Como vai caro leitor?
À medida que os dias mais quentes se aproximam, aparece um conjunto de preocupações com a atividade física, a pele, o peso, o corpo, entre outras questões que deixam de estar “escondidas” pela roupa.

Para além disso, é-se confrontado, diariamente, com publicidade de corpos perfeitos, milagres da perda de peso, produtos e fórmulas comerciais para emagrecer ou light para não engordar. Estas pressões alertam-nos para a necessidade de prevenir comportamentos radicais, como dietas demasiado restritivas e exercício físico em excesso.

Note-se que a preocupação com um peso adequado deve ser constante ao longo da vida. Não devem existir períodos específicos do ano, como “antes das férias” ou “após o Natal”. Estes comportamentos levam a variações de peso tipo “yo-yo”, que são prejudiciais do ponto de vista físico e psicológico. 

De facto, a recuperação do peso após ter cumprido uma dieta, relaciona-se com maior taxa de lapsos e desistências quando em consulta, com maior dificuldade em perder peso numa próxima tentativa, maior recuperação ponderal e problemas psicológicos como depressão, ansiedade, crises de voracidade e compulsão alimentar.

Perder peso não é um processo fácil, mesmo quando se têm “poucos” quilos a gastar.

A avaliação da composição corporal é indispensável para se estabelecer objetivos, assim como das necessidades nutricionais que devem ser individualizadas e adaptadas a cada fase do emagrecimento. Deste modo, torna-se essencial o aconselhamento de um profissional de saúde com formação em nutrição.

12 razões para consultar um nutricionista:

  1. Faz uma entrevista clínica para despiste de eventuais problemas de saúde que condicionem a dieta, ou que exijam uma intervenção nutricional específica;
  2. Tem em conta a medicação que está a fazer, a fim de adequar a dieta e evitar possíveis interações fármaco-nutriente;
  3. Avalia a necessidade de suplementação nutricional adequada e adaptada ao caso, vigiando eventuais intolerâncias e efeitos secundários indesejados;
  4. Elabora a história dietética que permite a identificação de fatores que dificultam ou facilitam a adesão ao programa, bem como estratégias de intervenção actual;
  5. Com base nos estudos anteriores, determina as necessidades nutricionais, avalia a composição corporal e os hábitos alimentares, estabelece objetivos de perda de peso e estabelece uma abordagem nutricional adequada ao caso;
  6. Monitoriza com regularidade os resultados o que permite a manutenção da motivação para a perda de peso;
  7. Apresenta estratégias para contornar as suas principais dificuldades, para que as identifique, compreenda e resolva autonomamente;
  8. Ajuda-o a interpretar as variações de peso, assim como a aceitar e integrar lapsos dietéticos no comportamento alimentar normal;
  9. Auxilia com ementas, receitas, planos, diários alimentares e outras ferramentas que o mantêm motivado, promovem o conhecimento, o espírito crítico e a criatividade bem como sedimentam hábitos alimentares saudáveis para o futuro;
  10. Estimula e orienta outros comportamentos de saúde benéficos, como a actividade-física, a cessação tabágica ou alcoólica, a hidratação adequada, etc;
  11. Desmistifica mitos e ideias pré-concebidas, esclarece dúvidas, educa;
  12. Prepara-o para ser autónomo na gestão do seu peso, estando, ainda assim, sempre disponível para eventuais esclarecimentos ou outras necessidades.

Procure a melhor solução para si. Se precisa de perder mais de 5kg recomenda-se que recorra a uma consulta de nutrição, perto da sua área de residência. Tentar emagrecer sozinho pode ser desequilibrado, demasiado restritivo, desmotivante, frustrante e pouco saudável. Ninguém nasce ensinado, procure a ajuda de um profissional: “dar-lhe-á a mão para que possa dar os passos”.

«Emagrecer é um processo de aprendizagem sobre a alimentação, sobre o corpo e o comportamento, que exige tempo e perseverança. É um processo com "altos e baixos", que o ajudarão a conhecer-se melhor e a ser autónomo na gestão do seu peso e saúde»