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Leite de vaca – controvérsias
Como vai caro leitor?
Com certeza já se questionou se vale a pena beber leite, ou já ouviu a célebre polémica "os humanos são os únicos animais a beber leite depois da idade adulta"?? Tal como tudo em ciência, existem diversas teorias suportadas por trabalhos científicos, uns mais credíveis que outros. E assim, existem acérrimos defensores do sim (consumir) e do não (não consumir).![](https://diariodeumadietista.com/wp-content/uploads/2014/03/Health-Benefits-Of-The-Milk-280632504688822.png)
Leite & Saúde
Leite & Desporto
Para aumentar o produção de leite, as vacas são medicadas com hormona do crescimento (GH), que prolonga o tempo de lactação. Por sua vez, a mesma GH atua sobre o fígado bovino (entre outros tecidos) estimulando-o a produzir Insulin-like Grow Factor (IGF). Ou seja, o leite contém elevadas concentrações desta hormona, que atua no pâncreas humano e produz insulina! Deste modo, o leite e os seus derivados (com excepção do queijo) desencadeiam respostas insulinémicas rápidas, com as subsequentes descidas de açúcar no sangue (hipoglicémias).
Mas não é só em desportistas: em diabéticos, diversos cancros e indivíduos que estão a perder peso, esta não é uma situação desejável, já que diminui o rendimento e a capacidade física, estimula a proliferação celular, a conversão de açúcar em gordura e menor degradação de gordura!
Mais! Quando conjugamos leite com açúcar ou hidratos de carbono de absorção rápida (ex. fruta ou cereais açucarados), os processos de digestão e absorção serão ainda mais rápidos, propiciando a formação de reservas de gordura, fome, necessidade de “doce”, sensação de “fraqueza”, etc.
Leite & Alternativas
Existem outras bebidas, que na realidade são “extratos” de cereais, leguminosas ou oleaginosas (bebida de soja, amêndoa, arroz, aveia). Contudo, estas podem ser muito açucaradas, têm proteínas de baixo valor biológico, pelo que a sua absorção é, também, rápida! Neste caso, não pelo seu efeito estimulador da insulina, mas pelo seu elevado índice glicémico (velocidade a que os açúcares passam para o sangue).Para além disso, questiona-se a biodisponibilidade do cálcio e a quase inexistência de vitamina D. Assim como a contaminação com metais pesados, como o arsénio no caso do “leite” de arroz.
A decisão...
Caso não seja intolerante à lactose, alérgico à proteína do leite de vaca, ou tenha uma doença que o justifique (autoimune, cancro) poderá consumir derivados de leite como o iogurte, queijos brancos e kefir: pelo seu processamento têm menores quantidades de IGF e menor índice glicémico.
Quanto à própria bebida, podemos sempre optar por leite do dia, que foi sujeito apenas a pasteurização e não esterilização, conservando alguns probióticos. Ou mesmo por leite “biológico”, cuja marca tenha um selo de garantia (animais não estimulados com hormonas).
A não ser por razões de saúde/doença, a decisão de (não) consumir leite cabe à preferência/ hábito de cada um.
Em vez de “rotular” o leite devemos ponderar se o nosso organismo deveria ser exposto a inúmeros processados que consumimos atualmente (bolachas, doces, embutidos/charcutaria, álcool, refrigerantes, etc).
Portanto, cada pessoa deve ponderar o consumo de leite animal ou substitutos vegetais, de acordo com o que SENTE. A alimentação saudável deve ser um objetivo e não um dogma. Devemos sim ser vigilantes, preocupados e, em caso de dúvida, consultar um nutricionista.