Abordagens nutricionais para emagrecimento – parte 2
Como vai caro leitor?
Depois da parte 1 que descrevia as abordagens nutricionais para emagrecimento mais comuns, vamos à parte 2. Esta destina-se a comparar as abordagens, bem como a sua eficácia a longo prazo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)...
Obesidade em Números:
Deste modo, são inúmeras as possibilidades de conjugação de estratégias de tratamento para o excesso de peso e obesidade. Já em 2007, um artigo da conceituada revista científica Nature fazia a comparação das perdas de peso conseguidas com diversas conjugações a médio/ longo prazo (clique para saber o resultado):
Restrição de gorduras alimentares = diminuição de 3 a 4 kg aos 3 anos;
Restrição de todos os nutrientes = diminuição de 6 a 7 kg aos 4 anos;
Restrição de açúcares e farináceos = menos 9 a 12 kg aos 2 anos;
Como barras, batidos, mousses = diminuição de 8kg aos 4 anos;
Diminuição adicional de 5kg, para além do conseguido com apenas dieta alimentar;
Diminuição adicional de 1kg a 1,5 kg para além do conseguido com apenas dieta alimentar;
Diminuição adicional de 3kg a 5kg para além do conseguido com apenas dieta alimentar;
Redução aproximada de 14% do peso inicial aos 10 anos;
Redução aproximada de 25% do peso inicial aos 10 anos.
Confuso?
Pode-se verificar que o tempo (anos) de seguimento é variável, dificultando a comparação exata entre “dietas” per si. Contudo, é pertinente afirmar que a conjugação de outras estratégias, por exemplo o acompanhamento psicológico, constitui uma mais valia quando conjugadas com a terapia nutricional. Quanto aos fármacos, estes são prescritos apenas por médicos, não estando abrangidos o uso de suplementos alimentares. Já a cirurgia será sempre um recurso de última linha.
Comparação entre abordagens nutricionais
em programas de perda de peso de 1 ano. Contudo, com a abordagem moderna, verificaram-se potenciais alterações favoráveis nos valores de triglicéridos e colesterol HDL (bom), em desfavor dos valores de colesterol LDL (mau) . Então, deve-se ponderar a utilização desta abordagem em indivíduos com LDL-c elevado.
Podemos verificar que todas as intervenções registam uma perda de peso máxima aos 6 meses com posterior manutenção ou recuperação do peso. De facto, “o problema” não está em conseguir perdas de peso iniciais, está sim, na manutenção a longo prazo.
Algumas notas adicionais:
Já reparou na linha azul clara que representa uma dieta com restrição energética severa? trata-se por exemplo da dieta “da sopa”, “da fruta”, “da seiva”, entre outras. Ou seja, se “deixarmos de comer” é normal haver perdas de peso elevadas e rápidas. Porém, sabemos que a recuperação desse peso está garantida, como mostra a linha azul clara. Opte por soluções mais moderadas como a linha verde (dieta+exercício).
Estratégias para o futuro
lhe adicionar fatores extra, como exercício ou terapia psicológica, estes resultados tornam-se mais expressivos. Por isso é que não existe “uma dieta milagre” ou “um plano alimentar geral”. A estratégia de intervenção é individualizada e atualizada ao longo do tempo.
O maior problema que se apresenta no tratamento da obesidade é a adesão a longo prazo. Isto é, todos nós podemos perder peso e até atingir o nosso peso ideal, cada um com a sua estratégia e abordagem nutricional. Contudo, o mais difícil é a manutenção dos hábitos alimentares e de exercício a longo prazo. Só mudando o seu estilo de vida é que será bem sucedido para sempre. Por isso, se está a pensar ir a uma consulta de nutrição deve encarar o que lá lhe vai ser ensinado e transmitido, como ensinamentos para a vida, e não apenas durante 6 meses para perder X peso. O sucesso está aí.