Gravidez – mês 6
Como vai cara leitora?
Estamos de volta para escrever sobre gravidez. Já vamos no 6º mês! Não leu os anteriores? aqui ficam:
Depois do 5º mês quando finalmente sentiu o seu bebé, entramos no empolgante 6º mês! Porquê? Já vai descobrir:
Semanas 22 e 23 – ecografia do 2º trimestre morfológica
A ecografia do 2º trimestre deve ser realizada entre as 20 e as 23 semanas de gestação. Esta permite confirmar alguns dados da ecografia do 1º trimestre, mas destina-se, sobretudo, à identificação de malformações fetais (ecografia morfológica).
São de especial relevância as malformações potencialmente fatais e com tempo de vida limitado ou associadas a elevada morbilidade pós-natal, anomalias com potencial para tratamento intrauterino ou que exigem tratamento ou investigação pós-natal.
Para os pais este é um momento de revelação porque será a primeira vez que conseguem ver o bebé com um aspeto muito semelhante ao que vai ter ao nascer. Por esta altura o seu bebé deve pesar cerca de 500g e medir quase 25cm. Estas medidas são apenas indicativa, já que cada embrião se desenvolve de acordo com a sua genética, especialmente a partir das 20 semanas. Semanas 24 a 26 – Anemia e diabetes gestacional Por esta altura o seu médico deve voltar a pedir-lhe análises. Para além do controlo da virologia, como a toxoplasmose e o citomegalovírus, cuja deteção é essencial para a prevenção de aborto e malformações fetais, o seu obstetra irá verificar se tem anemia ou défice de ferro, situação comum na gravidez. Caso se verifique a anemia, poderá ser-lhe prescrito um suplemento oral de ferro ou mesmo injeção intravenosa. Que complicações podem resultar da anemia? A anemia e a deficiência de ferro têm impacto negativo nas três fases do “sistema”: mãe, feto e placenta. A anemia na gravidez está associada a um risco aumentado de doenças maternas e fetais, sobretudo quando a hemoglobina está abaixo dos 10,5 g/dl, valor de referência do segundo trimestre. No âmbito da mãe, pode ocorrer insuficiência cardíaca, hemorragia pós-parto, entre outros problemas. No pós-parto, precisamos de um útero competente que liberte e depois se contraia. Um útero num contexto de anemia, por falta de ferro, pode ter pequenas fragilidades nas fibrilas musculares e dificuldade em contrair-se. Pode também haver uma pré-disposição para a infeção, atraso na recuperação pós-cesariana, e algum risco de acidentes embólicos. E para o bebé? Há um aumento do risco de atraso de crescimento intra-uterino, um risco de morte fetal no útero três vezes superior, e de prematuridade. O bebé já nasce com um ambiente deficiente em termos de depósitos de ferro, o que muitas vezes se traduz num impacto negativo no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e das aptidões mentais.
Artigo recomendado: Receita da Semana: Alimentos contra a anemia
Será também entre as semanas 24 e 28 que o seu médico pedirá a Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO), que se destina a detetar a Diabetes Gestacional (DG).
Segundo diretivas da Direção Geral de Saúde (DGS) a PTGO deve ser efectuada a todas as grávidas, excluindo aquelas a quem tenha sido previamente diagnosticada DG ou provável diabetes prévia, uma PTGO com sobrecarga de 75 g de glicose (diluída em 300 ml de água) com determinações da glicemia às 0h, 1h e 2 horas.
A prova deve ser feita de manhã, após um jejum de pelo menos 8 horas mas não superior a 14, precedida nos 3 dias anteriores de uma actividade física regular e de uma dieta não restritiva contendo uma quantidade de hidratos de carbono de pelo menos 150 g diários. Durante a prova a grávida deve manter-se em repouso.
O diagnóstico de DG faz-se quando um ou mais valores forem iguais ou superiores aos valores de referência descritos no Quadro 1. Se o resultado da PTGO for inferior aos valores de referência descritos no quadro a prova é considerada negativa. De acordo com o recomendado, não deve ser efectuada uma PTGO por rotina antes das 24-28 semanas de gestação, por ausência de consistência dos resultados encontrados nesse período.
Quadro 2 – Riscos para a mãe e para o feto de diabetes gestacional
Riscos para a mãe | Riscos para o feto |
Parto normal muito demorado devido a pouca contratilidade uterina | Prematuridade – nascer antes da data prevista devido ao rompimento da bolsa amniótica antes das 38 semanas de gestação |
Ter que induzir o parto com medicamentos para iniciar ou acelerar o parto normal | Diminuição da oxigenação durante o parto e possibilidade de hipoglicemia logo após o nascimento |
Laceração do períneo durante o parto normal devido ao tamanho do bebé | Aborto a qualquer momento da gravidez ou de morte logo após o parto |
Eclampsia, infeção urinaria e pielonefrite | Nascer com mais de 4 kg, que aumenta o risco de desenvolver diabetes no futuro e de sofrer alguma alteração no ombro ou fratura da clavícula durante o parto normal |
Sinais e sintomas
Nesta fase, em pleno 2º trimestre, a sua barriga já deve estar bem visível!
Os sintomas mais comuns continuam a ser o cansaço, sonolência, vontade frequente de urinar, as alterações do trânsito intestinal, a fome, algumas dores nas costas ou mesmo inchaço.
Mantenha-se ativa, faça caminhadas, nade, passeie, tome os seus suplementos e alimente-se bem (o seu bebé agradece)! Lembre-se que tudo o que come, está a formar as novas células do seu “mais-que-tudo”. Não se esqueça da ingestão de água, essencial, entre outras coisas, à formação de líquido amniótico (o lar do seu bebé)!
Voltamos em breve para o 7º mês da gravidez 🙂