Gravidez: Mês 3
Como vai cara leitora?
Vamos dar continuidade aos nossos artigos sobre gravidez, já sobre o 3º mês! Viu os artigos anteriores? Então aqui ficam:
O 3º mês de gravidez, das semanas 9 a 12, marca o final do 1º trimestre. Passa tão rápido!
Se tivesse de classificar o 1º trimestre numa palavra diria: Indefinição. Talvez “medo” ou “enjoo” também se aplicariam. Contudo, é nas primeiras 12 semanas que o desenvolvimento mais crítico acontece. As células do embrião (que à 9ª semana passa a feto) multiplicam-se exponencialmente e por isso “tudo” pode acontecer. Não é por acaso que 80% dos abortos espontâneos acontecem aqui. É a chamada “seleção natural” como diria Darwin.
Apesar de (ainda) ser assunto tabu, todos nós conhecemos alguém que já passou por isso. Eu própria, antes da presente gravidez, passei por um aborto espontâneo às 10 semanas. Porquê? Nunca vamos saber, foi a seleção natural. É por essa razão que a maior parte da pessoas opta por deixar passar o 1º trimestre para contar “ao mundo”. E claro que foi isso que fizemos nesta 2ª gravidez. Por mais que lhe apeteça contar, aguarde pela ecografia do 1º trimestre às 12 semanas de gestação.
Rastreio combinado do 1º trimestre
Sim, já fez outras ecografias antes desta, como explicámos nos artigos mês 1 e 2. Porém, esta é a mais importante! Na realidade existe 1 ecografia-chave em cada 1 dos trimestres da gravidez, todas de extrema importância. Esta, que deve fazer-se entre as 11 e 13 semanas é de facto essencial. Vamos explicar porquê:
Apesar do feto ter cerca de 5cm e 14g (o tamanho de 1 ameixa), já é possível analisar estruturas que nos dão a probabilidade de doenças cromossómicas, cruzando dados ecográficos com dados bioquímicos (análises de sangue). A este procedimento chama-se Rastreio Combinado do 1º Trimestre.
Os resultados destes exames, conjugados com a idade materna, permitem calcular o risco do feto ser portador de anomalias genéticas – Trissomia 21 (Síndrome de Down), Trissomia 18 (Síndrome de Edwards) e Trissomia 13 (Síndrome de Patau) – numa fase precoce da gravidez. O resultado negativo não constitui uma garantia absoluta de que o bebé não sofre de algum problema genético.
O rastreio bioquímico consiste na colheita de uma amostra de sangue materno (onde circula livremente o DNA do feto) para determinar a existência de duas substâncias (a hormona beta-hCG livre e a proteína PAPP-A). Na análise da amostra, o material genético do feto é isolado do material genético da mãe obtendo-se assim dados relativos exclusivamente ao bebé. O rastreio bioquímico é classificado em dois grupos: Alto Risco – rastreio positivo e Baixo Risco – rastreio negativo.
Já no exame ecográfico são analisados vários indicadores relativos à gravidez e ao desenvolvimento do bebé. Um dos indicadores mais importantes é a medida da translucência da nuca e a presença dos ossos próprios do nariz.
Os resultados combinados do teste bioquímico e do teste ecográfico, em conjunto com a idade materna, permitem avaliar com cerca de 80 a 90% de sensibilidade o risco de o bebé ser portador de anomalias cromossómicas (rastreio positivo). No caso de rastreio positivo, os pais serão aconselhados a realizar exames de diagnóstico complementar: a amniocentese ou a biopsia das vilosidades coriónicas. Como ambos os exames têm associado um risco de aborto (de 0,5 a 1% no caso da amniocentese), a decisão cabe sempre aos pais que, aconselhados pelo seu médico, têm que tomar a decisão de avançar ou não para a confirmação do diagnóstico e preparar-se emocionalmente para esperar, conhecer e agir de acordo com o resultado.
Sintomas no 3º mês de gravidez
É no 3º mês de gravidez que os sintomas mais temidos parecem disparar! É óbvio que existe uma enorme variabilidade, desde mulheres que sentem uma ligeira dor de cabeça, até outras que vomitam a cada passo. Estes sintomas devem-se à grande variação hormonal que acontece nestas semanas, a boa notícia é que tendem a passar no início do 2º trimestre.
Se nenhuma destas estratégias resultar para controlo das náusea e se tiver vómitos várias vezes ao dia, pode ter uma condição chamada hiperemese gravídica, que afeta entre 0,5 a 2% das grávidas. Devido à perda de água e de iões essenciais à saúde de ambos (materna e fetal) esta condição deve ser medicada, fale com o seu médico! No meu caso, que passei por algumas crises de vómito, em parte devido à azia e indigestão, foi-me prescrito Nausefe, que me ajudou a controlar a situação até desaparecer por completo. Nunca se auto-medique, nem considere “normais” os vómitos, fale sempre com o seu médico para decidirem o que fazer. E assim se passou o 1º trimestre da gravidez! Agora o bebé já tem todos os órgãos vitais formados, ainda que muito imaturos, o que não lhe permitiria sobreviver cá fora. No próximo trimestre vai amadurecer as suas funções e crescer! Quanto à futura mamã: descanse o mais possível e alimente-se bem! Também deve estar a tomar as “vitaminas pré-natais” e a fazer exercício qb, em especial caminhada, natação, pilates e ioga. No 3º mês já poderá notar “alguma barriga”, embora o feto tenha crescido do tamanho de uma uva para o tamanho de uma ameixa. Como é que sei isto? Através da aplicação Gravidez+ (Android e IOS) que é uma preciosa ajuda para sabermos o que esperar a cada semana, anotarmos o aumento do peso e muito mais! A verdade é que ainda ninguém nota a sua barriga com 12 semanas, mas nós já sentimos diferença. O cinto já alargou e aqueles jeans mais slim fit já não apertam. Em jeito de balanço do peso, aumentei apenas 2kg nas 1ªs 12 semanas de gravidez, uma parte pelas mudanças do corpo, outra foi mesmo gordura, já que abrandei o exercício e vi-me obrigada a comer mais pão, por ser a única coisa que não me enjoou durante algumas semanas 🙂 Por hoje ficamos por aqui! Voltamos em breve para o mês 4!