Disruptores endócrinos – Inimigos invisíveis
Pergunta o leitor:
Por que razão me interessa saber o que são disruptores endócrinos??
Responde a nutricionista:
Porque são os principais fatores ambientais que alteram o nosso metabolismo, tornando-o doente, lento, cansado, estanque, teimoso…
Portanto, precisa mesmo de saber o que eles são 😉
Com certeza já reparou que as crianças parecem cada vez mais desenvolvidas fisicamente, principalmente as meninas. Diz-se por brincadeira que é dos “big macs“. É com certeza, mas eles não estão sozinhos. Vamos saber o que anda a desestabilizar as nossas hormonas.
O que são disruptores endócrinos?
Segundo o dicionário:
Endócrino: [Medicina]Glândulas de secreção interna, como as glândulas tiróides, supra-renais, etc. in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013
Portanto, um disruptor endócrino é algo que desregula as glândulas produtoras de hormonas. Sendo importante lembrar que as hormonas são os “mensageiros” do nosso corpo.
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Vivemos num mundo altamente industrializado, por isso estamos constantemente expostos a poluentes, radiações, pesticidas, plásticos… Portanto, tudo o que nos rodeia, respiramos, comemos, vestidos, aplicamos na nossa pele (maquilhagem/cremes) interfere com o nosso organismo.
Além da pele e respiração, temos como principal porta de entrada, o nosso intestino, cuja permeabilidade fica alterada por “anos de má alimentação, medicação, bebidas alcoólicas, tabagismo, etc”.
Há então algumas medidas básicas que podemos tomar, para reduzir a exposição a estes tóxicos.
Mas primeiro vamos saber quais são os principais disruptores a que estamos expostos e quais os seus efeitos no nosso organismo:
Principais disruptores endócrinos
Trata-se de um químico presente em plásticos que imita o estrogénio no nosso organismo. Diversos estudos relacionam o BPA com maior risco de cancro da mama, do ovário e do útero, de obesidade e de doença cardiovascular.
São também resultado de inúmeros processos industriais. Estas toxinas têm a capacidade de se acumular ao longo da cadeia alimentar. Ou seja, estamos expostos através da alimentação. A sua bio-acumulação relaciona-se com infertilidade masculina e feminina, diversos cancros e redução da imunidade.
São também constituintes de plásticos, estando presentes em quase tudo, desde brinquedos a PVC. A sua presença no corpo humano está relacionada com menor contagem e mobilidade de espermatozóides, sinalização de morte em células testiculares, defeitos congénitos no sistema reprodutor masculino de fetos, obesidade, diabetes e disfunção da tiróide.
É um metal pesado que se acumula facilmente nos solos e nos tecidos orgânicos. Por isso danifica quase todos os sistemas do corpo humano, associando-se a danos permanentes no cérebro, diminuição do QI, perda de audição, aborto, nascimento precoce, hipertensão arterial, danos no rim e no sistema nervoso. Além disso é um forte disruptor do sistema hormonal, principalmente do eixo HPA: Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, predispondo a stress, hipertensão, diabetes, obesidade, ansiedade e depressão.
É também um metal pesado que contamina o ar e os oceanos pela queima do carvão. Tal como o chumbo, acumula-se nos tecidos dos peixes, moluscos e mariscos, constituindo um risco, principalmente, para grávidas e crianças, pois acumula-se facilmente no cérebro causando danos irreversíveis no desenvolvimento. Para além disso, sabe-se que o mercúrio se liga às hormonas femininas, alterando os ciclos menstruais/ ovulação, além de que danifica as células do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, predispondo à diabetes e obesidade.
Infelizmente, muitos outros disruptores existem, sendo os seus efeitos semelhantes aos descritos nestes 5 exemplos. Os seus efeitos são particularmente preocupantes em fetos e crianças, pelo que recomendados a leitura do seguinte artigo: