Mel, um milenar antioxidante
O mel e seus sub-produtos são conhecidos remédios usados desde as antigas civilizações.
O Homem consome mel há 10mil anos!
Investigações arqueológicas descobriram pinturas rupestres, em Espanha, que representam o consumo de mel com data de 8mil a.C.
Propriedades Nutricionais do Mel
O mel varia de acordo com as plantas das quais provem o néctar, o ambiente, o estado de maturação da colmeia e a espécie de abelha que o produz. Assim, as suas características organoléticas e propriedades também são variáveis:
A coloração mais comum é amarelo-escuro, mas pode variar entre branco e castanho. Quanto mais claro, mais suave em aroma e sabor, porém menos rico em proteínas e sais minerais.
Constituído maioritariamente por açúcar, representando mais de 75% da sua composição nutricional, em comparação com o açúcar de cana refinado, o mel contém menos açúcares e, dentro destes, existe maior percentagem de frutose.
Por outro lado, contém também fruto-oligossacarídeos, que são açúcares com efeito prebiótico, ou seja, que promovem o crescimento das bactérias probióticas benéficas.
Este alimento tem ainda na sua constituição uma grande variedade de aminoácidos, vitaminas (por exemplo, a vitamina C), minerais e enzimas. Vários estudos identificaram também a presença de compostos bioativos, como:
- Flavonoides: apigenina e a quercetina
- Ácidos fenólicos: ácidos elágico e cafeico
- Tocoferóis
- Superóxido dismutase (SOD)
- Glutationa reduzida (GSH)
- etc…
A maioria destes compostos atua em sinergia, propiciando um efeito antioxidante e anti-inflamatório pelo qual o mel é conhecido!
Propriedades Funcionais do Mel
Na Antiguidade, o mel era empregue na cicatrização de feridas e no tratamento de problemas intestinais, assim como no alívio dos sintomas da tosse. De facto, foi apenas em 1892 que a comunidade científica reconheceu a existência de evidências que comprovavam as propriedades antibacterianas do mel. Pensa-se que atua contra 60 espécies diferentes de bactérias, entre as quais, Salmonella, Shigella, Escherichia coli e Helicobacter pylori.
Neste caso, poderá não só prevenir a replicação das bactérias (ação bacteriostática), como também provocar a sua destruição (ação bactericida). À partida, os compostos nutricionais responsáveis por estes efeitos serão o peróxido de hidrogénio, os flavonoides, os compostos fenólicos, o metilglioxal e a defensina-1 de abelha. Estes flavonoides e compostos fenólicos conferem ainda uma ação antioxidante e anti-inflamatória natural.
Também a Geleia Real e o Pólen, outros substâncias produzidas pelas abelhas, têm atividades biológicas interessantes e comprovadas, mas ficam para os próximos artigos do Blogue!