
Psicologia & Obesidade Infantil
Como vai caro leitor?
Hoje quem escreve é a psicóloga Tânia Silva para lhe falar sobre o impacto da obesidade no desenvolvimento infantil.
Considerei este assunto importante, pois quando observo os lanches dos meninos que acompanho no Centro de Estudos fico bastante apreensiva com a quantidade de doces que comem. A grande maioria dos lanches resumem-se a bolos, bolachas, biscoitos, sumos, bebidas achocolatadas com pouquíssimos nutrientes, a chamada “comida de pacote” rica em corantes, gorduras, conservantes e açúcar. É certo que estes lanches são, sem sombra de dúvida, muito mais fáceis de organizar, só necessitamos de comprar e colocar na lancheira, no entanto, estamos a contribuir para o aumento do risco de doenças dos nossos miúdos. E existe sempre a possibilidade de organizar lanches saudáveis e altamente nutritivos e saborosos.
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Segundo a OMS, em Portugal, cerca de 32% das crianças têm excesso de peso, assunto que já se assumiu como “Epidemia do Século XXI”.
Esta questão do aumento de peso é bastante preocupante, sobretudo se tivermos em conta que para além dos problemas graves ao nível da saúde, assistimos muitas vezes a problemas emocionais significativos como:
- baixa auto estima,
- depressão,
- problemas de Bullying nas escolas,
- auto depreciação,
- desânimo,
- isolamento,
- cansaço,
- desvalorização pessoal,
- quebra no rendimento escolar…
Na maioria das vezes, estas crianças com excesso de peso sofrem descriminação e estigmatização social que pode prejudicar o seu desenvolvimento psíquico e emocional, com um impacto negativo na sua qualidade de vida.
Com tudo isto, tenho vindo a verificar que crianças com excesso de peso (e com estas características que mencionei) tendem a refugiar-se no computador, telemóvel, videojogos, televisão e na própria comida, ou seja, em atividades que favorecem o seu aumento de peso.
Para uma melhor compreensão desta problemática do excesso de peso infantil, a psicologia possui um papel importante, tanto no diagnóstico de transtornos psicológicos que poderão estar associados, como na realização de programas psicoeducativos que promovem a reeducação alimentar e sensibilizam para esta questão tão importante nos dias que correm. É neste ponto que os pais têm um papel fundamental procurando ajuda de um psicólogo e nutricionista. Não espere que o seu filho “cresça”, pois já pode ser tarde. Procure ajuda e responsabilize-se pela sua saúde.
Por Psicóloga Tânia Silva