Pós-parto mês #1

Caros leitores:
Tal como prometido, volto para o primeiro artigo de balanço após a viagem dos 9 meses de gravidez. 

O pós-parto é realmente uma fase exigente do ponto de vista físico e emocional. O Baby Blues é uma realidade, a emotividade provocada pelas hormonas “toma conta de nós”.

Baby Blues A melancolia no pós-parto é definida como uma perturbação emocional que pode durar alguns dias consistindo num estado de tristeza, desconforto e choro frequente. Habitualmente, este estado desaparece espontaneamente após a adaptação à nova situação familiar e integração do novo elemento nas rotinas da família.

Voltando um pouco atrás no tempo, relembro o último parágrafo do artigo Gravidez mês #9:

Posso dizer que tive uma gravidez calma, com algumas preocupações, alguns sintomas desagradáveis (os mais comuns), mas tudo dentro do “normal”. Apesar de ainda não ter chegado ao fim, posso dizer que, no total, devo aumentar cerca de 14kg, o desejável para uma gestação que começou com um peso adequado à altura. Destes 14kg, alguns hão-de ser gordura, graças ao sedentarismo que fui forçada a ter quase desde o início. No primeiro trimestre ainda fiz bastantes caminhadas até 5km, mas a partir daí fui forçada a repousar por encurtamento do colo do útero e risco de parto prematuro. Resultado: estou literalmente sentada/deitada há 6 meses e isso foi o que mais me custou em toda a gravidez, já que adoro desporto e sempre fui muito ativa. Foi por uma boa causa 😉 Noto também um aumento significativo da flacidez, celulite e retenção de líquidos, que me vão dar trabalho a “pôr no lugar”, mas este será também o mote para os próximos artigos – Recuperação pós-parto e amamentação/ aleitamento. Por isso, isto não é uma despedida, é um “até já”!

Pois bem, o bebé D. nasceu às 40 semanas e 1 dia, por cesariana, já que após 2 dias de “tentativas”, a sua mãe não fez a dilatação completa. Confesso que não foi, de todo, o parto sonhado e desejado, que foram dias difíceis e muito sofridos, mas que culminaram numa alegria e emoção imensas (tudo valeu a pena).


Parto por cesariana

A cesariana é uma forma de parto feita através de cirurgia. Segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS, apenas 15% dos partos apresentam indicação para cesariana, devendo os 85% restantes ser efetuados por via vaginal (a melhor para a mãe e para o bebé).

Sendo um procedimento cirúrgico, existem mais riscos de complicações:

  • Maior risco de infeções.
  • Maior risco de trombose dos membros inferiores.
  • Maior risco de hemorragias.
  • Maior risco de reações aos anestésicos.
  • Recuperação mais prolongada pós-parto.
  • Danos nos órgãos localizados perto do útero (como a bexiga).
  • Problemas de coagulação do sangue e o bloqueio de vasos sanguíneos nos pulmões com líquido amniótico.
  • Maior incidência de dor no pós operatório.

Um risco comum das cesarianas é dor crónica na zona onde foram feitas as incisões ou insensibilidade ao toque nas zonas acima ou abaixo das incisões. Surgem problemas em 10 a 20% dos casos, que costumam ser geralmente complicações menores.

Quanto tempo é necessário para recuperar depois de uma cesariana?
Se a cesariana for executada sem quaisquer complicações, as feridas no abdómen cicatrizam passados cinco a sete dias depois dos pontos exteriores serem removidos. É aconselhável não esforçar os músculos abdominais durante as primeiras seis semanas. Em todo o caso, as mães que façam cesariana podem cuidar dos seus bebés da mesma maneira que as restantes mães, incluindo amamentar, cuja capacidade não parece ser afetada pelo tipo de parto, mas sim por fatores emocionais.


Recuperação pós-parto

Tal como foi referido, após cesariana é aconselhado uma paragem de pelo menos 6 semanas, significa, ausência de exercício e esforços físicos. Este é de facto um problema! Pois para além de ser mais difícil recuperar o peso com o parto cirúrgico, ainda temos indicação de repouso. É verdade que através de parto “natural” o corpo “volta ao sítio” de uma forma espantosa, os sinais hormonais são uma grande vantagem. Quando somos sujeitas a uma cirurgia, parte dessa auto-regulação hormonal perde-se, especialmente no que toca à contração do útero, denotando-se uma diminuição do abdómen muito mais lenta e progressiva 🙁

Em termos particulares, registei um aumento de 15kg durante a gravidez. Destes, 9kg desaparecerem nas primeiras 2 semanas pós-parto. Consistiam no peso do bebé, dos líquidos, da placenta, do sangue, do volume do útero… Os restantes 6kg que me restam para recuperar o peso inicial da gravidez são ainda inchaço abdominal decorrente da recuperação da cesariana e, claro, alguma gordura (que espero ir embora com o início dos treinos). Neste primeiro mês estamos totalmente dedicadas ao cuidado do bebé, a conhecê-lo, a adaptarmo-nos às novas rotinas… contudo, no segundo mês há que retomar o treino, ainda que com pouco impacto para a zona abdominal.

Quanto à amamentação:

O bebé D. está em amamentação exclusiva, muito bem adaptado e a ganhar bastante peso por semana. Saiba tudo sobre este tema nos artigos Alimentação na Amamentação e Alimentos que beneficiam a lactação.

No próximo mês temos como objetivo a recuperação de metade do peso que ainda resta (-3kg), aliando alimentação saudável ao treino ativo. Partilharei o meu plano alimentar e rotinas de treino. Não perca!