Superalimentos – Levedura

FEVEREIRO #mesdaimunidade

 A sociedade moderna está cada vez mais complexa. Os padrões de vida exigentes são responsáveis pelo aumento de stress, cansaço, depressão e ansiedade, bem como de diversas doenças crónicas (ex. doenças cardiovasculares, hipertensão, dislipidémia, diabetes tipo 2, obesidade, doença coronária, cancros, etc).

    Apesar disto se verificar um pouco por todo o mundo, a baixa incidência de doenças em alguns povos tem captado a atenção da ciência, em especial, pelos seus regimes alimentares:

Assim sendo, podemos questionar o que têm estes alimentos de “tão especial”, para protegerem os povos que os consomem das doenças que mais matam no resto do mundo?

Este facto demonstra realmente “o poder da alimentação” e confirma o dito de Hipócrates “Nós somos o que comemos”.

Foi então por estas diferenças na incidência de certas doenças, que se começou a estudar as potencialidades de alimentos na proteção da saúde e prevenção da doença.

Assim, nasceram os Alimentos Funcionais OU Superalimentos.

Alimentos Funcionais Ou Superalimentos

  Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova conceção de alimentos, lançada pelo Japão na década de 80, através de um programa do governo que tinha como objetivo desenvolver alimentos saudáveis para uma população que envelhecia e apresentava uma grande expectativa de vida.
   Na última década, o estudo dos alimentos funcionais  tem sido impulsionado, em grande parte, pelo aumento da consciência dos consumidores em relação à saúde, que desejando prolongar a sua qualidade de vida, optam por hábitos alimentares mais saudáveis.

    Assim, o que distingue estes alimentos?
   Os alimentos funcionais devem apresentar propriedades benéficas para a saúde, além das nutricionais básicas, sendo apresentados na forma de alimentos comuns. São consumidos em dietas convencionais, mas demonstram capacidade de regular funções corporais, prevenindo a doença. Ou seja, são todos os alimentos ou bebidas que, consumidos na alimentação quotidiana, podem trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à presença de ingredientes saudáveis.

   Entre estes “ingredientes saudáveis” benéficos para a saúde, estão:

  • Carotenóides 
  • Fibras
  • Isoflavonas
  • Prebióticos
  • Ómega-3
  • Fitoesteróis
  • Antocianina
  • Alicina
  • Catequinas
  • Sulforafano

    A indústria farmacêutica rapidamente percebeu a potencialidade destas substâncias começando a isolá-las, concentrá-las e vendê-las (isoladas ou conjugadas), sob a forma de suplementos alimentares. 
   De facto, o crescente interesse do público pela saúde tem aumentado o consumo de suplementos dietéticos. Contudo, paremos para pensar: será igual consumir um “comprimido” ou ingerir um alimento?? a resposta é não!
   São poucos os estudos que comprovam a eficácia e a segurança de compostos isolados, extraídos de alimentos. Porém, são imensos os estudos que comprovam a relação do consumo de alimentos com a prevenção de doenças!! Isto porque o alimento é um “conjunto” de várias substâncias em equilíbrio natural. Já a formulação isolada (em cápsula, comprimido ou xarope) não tem a mesma interação com o nosso organismo, poderá, por exemplo, diferir na taxa de metabolização (maior ou menor que no alimento). 

  Acredite, não há nada melhor do que “o alimento” no seu estado puro e natural. Não quero dizer com isto que os suplementos sejam inúteis. São de facto muito úteis em determinadas situações, mas carecem de cuidados na sua utilização, pois o excesso pode ser prejudicial. Não tome suplementação sem se aconselhar com um profissional de saúde, já que, entre outros problemas, estes podem interagir com medicação que esteja a tomar ou podem mesmo causar reações alérgicas.
   Destacamos ainda que para beneficiar das propriedades funcionais dos alimentos deve integrá-los na sua alimentação diária, evitando a monotonia e o excesso. Isto é, mesmo que um alimento tenha uma propriedade benéfica para a saúde, não deve exceder a quantidade recomendada e repeti-lo todos os dias. O excesso é sempre prejudicial, seja do que for.

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Eficácia da Suplementação Alimentar

Levedura

Informação Nutricional -Levedura Nutricional

A levedura é um fungo unicelular (Saccharomyces cerevisiae) utilizado, principalmente, na fermentação de cerveja e de produtos de panificação e confeitaria. Atualmente, tem vindo a “ganhar fama” como suplemento alimentar. Vejamos porquê:

A levedura pode ser apelidada de superalimento pelas suas propriedades nutricionais e benefícios para a saúde:

Desde logo é constituída por quase 50% de proteínas de alto valor biológico, com um balanço equilibrado de aminoácidos essenciais.

Mais! É um excelente suplemento em ácidos nucleicos e em vitaminas do complexo B, entre as quais B1, B2, niacina, ácido pantoténico, B6, ácido fólico e B12.

Além de minerais e oligoelementos como magnésio, fósforo,  selénio e crómio, contém ainda um alto teor de fibras prébioticas – os beta-glucanos. 

Por esta razão, costuma ser utilizada como suplemento alimentar em casos de:

  • Cansaço cerebral, falta de memória, irritabilidade e ansiedade;
  • Reforço da capacidade mental;
  • Manutenção da saúde do cabelo, unhas e pele;
  • Acne, eczemas e psoríase;
  • Reforço do sistema imunitário;
  • Controlo das gorduras do sangue;
  • Controlo da diabetes;
  • Estimulação do apetite;
  • Regulação do trânsito intestinal.

 Por ser muito nutritiva e segura, a levedura tem uma aplicação alargada, sendo  aconselhada em várias estilos e fases do ciclo de vida: desde desportistas, crianças em fase de crescimento, estudantes, grávidas, idosos e doentes em convalescença.

Levedura de cerveja X Levedura nutricional

Apesar de serem ambas leveduras do tipo Saccharomyces cerevisiae a sua obtenção é distinta. A levedura de cerveja é obtida, como subproduto, a partir da fermentação da cerveja.  Por outro lado, a levedura nutricional é um alimento obtido a partir da fermentação do melaço ou da beterraba, sob condições controladas.  No entanto, por derivar da fermentação de cereais, a levedura de cerveja contém glúten e um sabor mais amargo. Já a levedura nutricional, é, naturalmente, livre desta proteína (glúten).

 As reações adversas são raras e incluem principalmente reações de hiper-sensibilidade ou alergia, como enxaqueca, desconforto intestinal, flatulência, mas também prurido (comichão), urticária, exantemas locais ou gerais (“babas”) e edema (inchaço).

Acrescenta-se ainda que não são conhecidas interações com alimentos ou doenças, não existindo nenhum motivo para esperar uma interação clinicamente significativa com a levedura.

Quando em pó, pode ser diluída em sopas, sumos, iogurtes ou outros alimentos, constituindo uma mais-valia diária para a saúde e uma prevenção para a doença.